A vida nem sempre é aquilo que idealizámos.
Eu, não sou de idealizar muito, mas quando as coisas não acontecem de forma que eu goste, sou a primeira a dizer «mas não era nada disto que eu queria». Se repararem no tempo verbal, está escrito queria e no entanto eu não tinha idealizado nada.
Melhor, pensei que não tinha idealizado, porque afinal e apesar de não ter idealizado o que queria que acontecesse, pelo menos sei que não queria que as coisas acontecessem desta forma.
Por mais que não façamos grandes projectos, no fundo, bem lá no fundo, sabemos o que queremos para nós. E para isso, muitas vezes, é preciso aparecer uma contrariedade, algo que nos faça mudar o rumo, para encontarmos a nossa verdadeira vontade.
Não nos damos conta que diariamente com as nossas acções e também omissões contribuimos para o que não queremos e muitas das vezes quando damos conta disso, já é tarde demais.
Ou melhor, tarde demais nunca é.
Mas há quem não tenha sequer este tipo de pensamentos, se resguarde no seu egoísmo e nem se dê conta de que é contribuinte na acção.
E assim, nunca irá conseguir alterar nada porque acha que os outros é que deviam, os outros é que fizeram e por aí adiante.
Sou orgulhosa mas sei dar o braço a torcer, sei pedir desculpa e fazer as pazes rapidamente, quando tenho espaço para isso.
Sou daquelas que até pode ter razão mas vai lá e levanta a bandeira branca. (se calhar depois mando a «espetadela», mas vou)
E fico triste por ver pessoas que eu sei que não queriam nada daquilo para elas, refugiarem-se na solidão das palavras, não correrem atrás nem valorizarem aquilo que querem e continuarem infelizes.
E pior, acabam por arrastar os outros consigo. E toda uma panóplia de situações que se originam porque simplesmente não houve espaço nem vontade para diálogo.
Quando por vezes bastava um abraço, um sorriso nos olhos e um chega-te para cá!