4 de dezembro de 2008

Ainda a propósito do post anterior

Lembrei-me que havia na porta da minha escola primária, uma velhinha, muito velhinha que vendia um chupas e uns rebuçados feitos por ela.
Eram caramelo puro, outros vermelhos que certamente eram comprados, e ainda aqueles cobertos por hóstia fininha que empapava á medida que íamos chupando, até desaparecer e ficar só o caramelo.
Também vendia torrões, chicletes pirata e umas bolitas de açúcar coloridas que provavelmente trazia de Espanha.
Quando estava doente, vinha a irmã, que era mais velhinha ainda e tinha no lugar do nariz um algodão colado, que me fazia imensa impressão e a transfomava nos meus pensamentos numa bruxa de quem eu tinha algum medo - vá-se lá entender as crianças!
Moravam lá no bairro do lado da escola e faziam as guloseimas em casa.
A minha mãezinha quase nunca me deixava comer os ditos. Dizia ela que eram feitos com xixi de gato, que a casa das senhoras era muito porca e os chupas enrolados em cima do xixi dos gatos - vá-se lá entender as mães.
Ás vezes, lá escapava uma moedita e pimba, ia a correr comprar um. Os mais caros, os tais de cobertura de hóstia custavam 2$50 - as coisas de que ainda me lembro.
E nunca me fizeram mal.
Lembro-me tão bem das velhinhas, da sua banca e dos dois sítios onde paravam, ora na esquina da escola, ora em frente junto à paragem do autocarro.
E dos meninos a passar e elas a incentivar: - Não vai um chupa hoje?
E nós a salivar e a abanar com a cabeça que não.
Que saudades desses tempos...

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