5 de setembro de 2008

As birras

Ontem senti-me a pior pessoa do Mundo, mas talvez como Mãe não tenha estado nada mal.
Fui coerente com a ameaça e levei as coisas até ao fim.
E o que me custou e como fiquei depois?
Realmente difícil difícil é educar e contrariar.
Berrava ela no quarto e chorava eu a compasso na sala.

Esta semana voltamos às rotinas, nós ao trabalho e ela à escola.
E com isto, não sei se derivado ao cansaço se à alteração de hábitos e à separação, as birras têm sido constantes e de nos pôr os cabelos em pé!
E qual psicologia infantil, qual dedicar o meu tempo exclusivamente a ela aquando do regresso a casa, nada tem funcionado.
Sei que nesta idade eles são terríveis, sei que tentam tomar-nos o pulso e sei também que tudo isto faz parte do desenvolvimento, mas se os deixamos seguir este caminho, qualquer dia ela lembra-se e começa a bater-nos e a exigir cada vez mais.
E porque as ameaças têm sido diárias e porque raramente temos pulso para as levar adiante, ontem disse para mim mesma «chega de ameaças, ela tem que perceber que as ameaças se podem tornar verdade», e foi isso mesmo que fiz.
E o principal para ela, julgo eu, nem foi o castigo, mas sim a percepção desta realidade.
Berrou, berrou, mas lá acabou por adormecer e hoje já nem se lembrava de nada. Pelo menos, nem tocou no assunto.
E chego rapidamente à conclusão de que na realidade custa-nos muito mais a nós do que a eles.
Eu pelo menos, não esqueci e acho que tão cedo não irei esquecer, o tanto que me custou ouvi-la chorar daquela forma e implorar que me fosse deitar com ela (como de costume).
Porque a minha vontade era deixar de a ouvir chorar e abraçá-la, dar-lhe muitos beijos, deixá-la pedir desculpa (palavra que já tem na ponta da língua) e dizer que não voltaria a repetir. Mas infelizmente, essa forma mais humana e aceitável não tem funcionado.
Ás vezes é preciso atingir o limite, por mais que nos custe e que pareça ser a decisão mais radical, para que também percebam as diferentes alternativas que têm e que a vida nem sempre se revela igual, dependendo do caminho que tomamos.

No fundo, acho que agi bem, mas a ver vamos se irá surtir algum efeito!

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