22 de maio de 2009

O fenómeno telemóvel

Eu era daquelas que dizia que nuca iria ter um telemóvel. Resisti durante o período inicial, mas depois tornou-se parte integrante da minha vida. Consigo perfeitamente viver sem ele, mas por vezes dou por mim a pensar que se pessoa e tal não tem telemóvel ou está desligado, então como a vou encontrar.
Ridícula...
A minha querida mãe que já vai nos 70's não consegue viver sem ele. Toca um na televisão e ela diz logo «olha o telemóvel, é o meu, é o teu?». Não sai de casa sem ele. Nunca, e caso aconteça, entra em pânico, volta atrás para o buscar. Vai dar um passeio na praia e lá vai ela com o telemóvel. Deixava-o ligado de noite pois dizia «que alguém podia precisar ligar a meio da noite». «Mas mãezinha, tens o fixo». «Ah pois e tal mas alguém pode precisar de alguma coisa». Até que teve mesmo que o passar a desligar depois de por umas 2 ou 3 vezes ele tocar, mas por engano. «Viveste mais de 2/3 da tua vida sem telemóvel e agora nunca passas sem ele?» ,pergunto-lhe eu por vezes.
Passei toda a minha adolescência sem o dito e encontrava-me na mesma com os meus amigos. Tocávamos na casa uns dos outros, assobiávamos à janela, passávamos no tal sítio à hora x e estava lá sempre alguém, ou então esperávamos mais um bocadito que alguém havia de aparecer. Nunca nos fez falta o telemóvel e agora não passamos sem ele.
Já dizia o Karl Marx que a necessidade surge do conhecimento da mesma.
Não há puto que não tenha telemóvel, logo na primária, os paizinhos dizem que é para falarem com eles quando quiserem ou precisarem...wrong, entranhou, já ninguém consegue idealizar a vida sem o dito, salvo raras excepções claro.
E quando os fenómenos entranham, ninguém os questiona ou põe em causa, vai-se na onda, compram-se os topos de gama com não sei quantos pixels a câmara, com toques de música do momento, versão laptop e todas essas paneleirices que já não conseguem passar sem. E depois se fulanito não tem telemóvel fica-se muito pasmado e faz-se cara torta como se fosse a maior aberração do mundo.
Daqui a uns bons anos vão-se fazer estudos, escrever artigos e tentar retirar explicações sociológicas sobre este assunto, mas quando isso acontecer já nenhum de nós cá estará para assistir.
Ou então não, andarão todos com um telemóvel fixo à orelha, sem hipótese de rejeitar chamadas, coisa que hoje ainda é possível.

2 comentários:

Simone G disse...

olha eu:)...sitemeter on fire, claro está:P
dispensava o telemóvel na boa, a boiar na sanita ficava ele muito bem.
Bons posts

Kelly disse...

Tens razão...é mesmo uma dependência estúpida...
Eu dependo totalmente da agenda do meu...É mesmo estúpido!